O requerimento para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará as fraudes bilionárias no INSS obteve 259 assinaturas, mas nenhum parlamentar do PT aderiu ao pedido, que foi majoritariamente apoiado pela oposição. O documento, protocolado na segunda-feira (12), recebeu a assinatura de 223 deputados federais e 36 senadores, com destaque para partidos como PL, Republicanos e Novo. No entanto, apenas seis deputados do PSB, partido aliado ao governo, assinaram o requerimento.
O foco da investigação
A CPMI buscará apurar fraudes ocorridas entre 2019 e 2024, com desvios de até R$ 6,3 bilhões no sistema de aposentadorias e pensões do INSS. O esquema envolvia falsificação de assinaturas e a ausência de documentação necessária, permitindo descontos indevidos nos benefícios dos aposentados. As irregularidades causaram graves prejuízos ao erário e afetaram diretamente milhões de brasileiros dependentes do sistema.
A operação Sem Desconto, da Polícia Federal, já resultou em 211 mandados de busca e apreensão, além de seis prisões temporárias. A investigação levou ao afastamento de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, e à queda do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT).
Oposição toma a frente
A articulação para a CPMI foi liderada pelas parlamentares Damares Alves (Republicanos-DF) e Coronel Fernanda (PL-MT), que visam dar uma resposta institucional às denúncias reveladas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
O requerimento também aponta falhas estruturais dentro do INSS, o que facilitou o avanço do esquema de fraudes. Além disso, cobra responsabilização e a implementação de correções institucionais para evitar novos episódios de corrupção no sistema previdenciário.