DEMOCRATA OU DITADOR? The Economist critica protagonismo de Alexandre de Moraes e poder excessivo do STF

Revista britânica aponta riscos ao equilíbrio democrático e defende reformas no Judiciário brasileiro

Em editorial publicado nesta semana, a influente revista britânica The Economist voltou sua atenção ao cenário político e institucional do Brasil, com críticas diretas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, especialmente, ao ministro Alexandre de Moraes. Para a publicação, o Judiciário brasileiro concentrou poderes de forma desproporcional nos últimos anos, o que representa uma ameaça ao funcionamento equilibrado da democracia.

“A figura de Alexandre de Moraes simboliza os problemas do Supremo”, afirma a revista, que avalia que o ministro atua como protagonista em decisões que extrapolam os limites tradicionais da Corte — especialmente no que diz respeito à regulação do discurso online e à condução de inquéritos sobre desinformação e ataques às instituições.

Segundo a Economist, o STF ganhou um papel central em virtude da fragilidade do Executivo e da omissão do Congresso em pautas sensíveis, como a regulação das redes sociais e o combate às fake news. No entanto, o editorial alerta que a atuação da Corte tem ultrapassado sua missão original de guardiã da Constituição, invadindo atribuições do Legislativo e do Executivo.

A publicação defende uma série de reformas no Judiciário brasileiro, como a limitação de decisões monocráticas (aquelas tomadas por apenas um ministro), a maior transparência nos processos e o fortalecimento do papel do Congresso Nacional, principalmente em temas como liberdade de expressão e governança digital.

“Os brasileiros já perderam a fé em dois dos três Poderes. É essencial evitar uma crise de confiança generalizada no terceiro”, conclui a revista.

O editorial tem repercutido em meio ao debate acalorado sobre os limites do STF e reacende discussões sobre uma possível reforma do Judiciário. Por outro lado, defensores da Corte apontam que sua atuação tem sido fundamental na preservação da ordem democrática, especialmente diante das recentes ameaças institucionais.

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