O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma crise política significativa devido a um escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que resultou em prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, revelou que entidades de fachada realizaram descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas, afetando cerca de nove milhões de beneficiários.
Embora o esquema tenha se iniciado durante o governo anterior, a maior parte dos desvios ocorreu nos anos de 2023 e 2024, já sob a atual gestão. A oposição critica a lentidão do governo em responder às denúncias, enquanto o governo argumenta que as irregularidades começaram antes de sua administração .
A crise resultou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi, após pressões políticas. Além disso, a base aliada do governo no Congresso sofreu abalos, com o Partido Democrático Trabalhista (PDT) deixando a coalizão governista.
Pesquisas internas indicam que o escândalo interrompeu uma recuperação na popularidade de Lula, que vinha sendo observada desde março. A oposição busca instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, o que pode prolongar o desgaste político do governo.
Em resposta, o governo prometeu ressarcir os prejudicados e implementar medidas para evitar novas fraudes. No entanto, ainda não há um cronograma definido para a devolução dos valores descontados indevidamente.
Este escândalo reacende o debate sobre corrupção no Brasil e representa um desafio significativo para o governo Lula, especialmente considerando o histórico de casos anteriores envolvendo o Partido dos Trabalhadores.