A inflação oficial do Brasil ganhou força em fevereiro de 2025 e atingiu 1,31%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior variação para o mês desde 2003, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 1,57%.

O principal responsável pelo salto inflacionário foi o aumento de 16,8% nas tarifas de energia elétrica residencial, impulsionado pelo reajuste de bandeiras tarifárias e revisões contratuais aplicadas por concessionárias em várias regiões do país. O grupo Habitação, puxado pela energia, teve alta de 4,57%, sendo o que mais pesou no índice do mês.

Além da energia, outros itens também contribuíram para a alta da inflação, como:

  • Educação (alta de 6,13%): devido aos reajustes anuais das mensalidades escolares e universitárias.

  • Alimentação e bebidas (1,12%): com destaque para produtos como leite, feijão e frutas.

  • Transportes (0,73%): com impacto de combustíveis, principalmente a gasolina.

Com o resultado de fevereiro, o IPCA acumula alta de 2,15% no ano e 4,54% nos últimos 12 meses, aproximando-se do centro da meta de inflação do Banco Central, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Especialistas avaliam que a alta, embora concentrada em poucos itens, exige atenção. A elevação da energia elétrica, por exemplo, tem efeito em cascata, afetando custos de produção e serviços. Já o aumento em educação, tradicional no mês de fevereiro, reforça a pressão sazonal no índice.

O Banco Central deve levar os dados em consideração na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que pode influenciar a trajetória da taxa básica de juros (Selic) ao longo de 2025.

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