O governo do Paraguai anunciou nesta quinta-feira (24) uma decisão de grande repercussão internacional: a designação do Hamas, do Hezbollah e da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) como organizações terroristas. O anúncio foi feito pelo presidente Santiago Peña por meio de suas redes sociais, onde reafirmou o “compromisso com a luta global contra o terrorismo”.

A medida, oficializada pelos decretos n.º 3758, 3759 e 3760, amplia a classificação que o país já mantinha desde 2019 sobre os braços armados do Hamas e do Hezbollah. A partir de agora, a designação como terroristas se estende a todas as estruturas dessas organizações, incluindo seus segmentos políticos e sociais, não apenas os militares.

“A decisão se baseia em inúmeras violações da paz, dos direitos humanos e da segurança internacional”, diz o comunicado oficial do governo paraguaio. A inclusão da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã se deve, segundo o texto, à “participação sistemática em violações dos direitos humanos” e seu envolvimento “em ações terroristas em escala global”.

Reações internacionais

A decisão do Paraguai foi amplamente elogiada por autoridades internacionais. O governo dos Estados Unidos parabenizou o país pela iniciativa e destacou que continuará trabalhando com parceiros como o Paraguai para enfrentar ameaças à segurança global.

Gideon Sa’ar, ministro das Relações Exteriores de Israel, também celebrou a decisão. “Elogio o Paraguai e Santiago Peña pela decisão histórica de designar a Guarda Revolucionária Iraniana, o Hamas e o Hezbollah como organizações terroristas”, publicou ele em sua conta no X (antigo Twitter).

Sa’ar ainda afirmou que “o Irã é o maior exportador mundial de terrorismo e extremismo” e que mais países deveriam seguir o exemplo paraguaio para conter a “agressão e o terrorismo iranianos”.

Contexto regional e global

A decisão coloca o Paraguai entre os países que reconhecem a Guarda Revolucionária do Irã como organização terrorista, ao lado de nações como Estados Unidos, Canadá, Bahrein, Arábia Saudita, Suécia e Israel. A medida reforça o alinhamento do governo Peña com potências ocidentais na luta contra o terrorismo e coloca o país sul-americano em posição de destaque na agenda internacional de segurança.

Além disso, a decisão ocorre em um momento de crescente tensão no Oriente Médio e amplia o cerco diplomático contra organizações vistas como ameaças à estabilidade global.

Próximos passos

Ainda não foi divulgado se o Paraguai adotará medidas adicionais, como congelamento de ativos financeiros ligados a essas organizações ou restrições a suas atividades em território paraguaio — especialmente na Tríplice Fronteira, região historicamente sensível e vigiada por suposta atuação de células extremistas.

O posicionamento firme de Assunção deve provocar reações de aliados e opositores das organizações designadas, podendo reverberar na diplomacia regional nas próximas semanas.

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