O Partido da Causa Operária (PCO), historicamente ligado à esquerda, criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado (26), após a condenação de Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão. A mulher foi punida por ter pichado a estátua “A Justiça”, localizada em frente ao Supremo, com batom durante os atos de 8 de Janeiro de 2023.
Por meio de publicações em seu perfil oficial no X (antigo Twitter), o partido comparou a decisão da Corte ao regime militar (1964-1985), afirmando que “a ditadura era ilegítima, mas seus julgamentos eram mais justos que os de hoje”. Segundo o PCO, a condenação de Débora foi baseada em crimes “inventados” e o “máximo que poderia ocorrer seria uma multa”.

Débora foi condenada por cinco crimes:
- Associação criminosa armada;
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União;
- Deterioração de patrimônio tombado.
O partido classificou a pena como uma “barbaridade” e defendeu que protestos na Praça dos Três Poderes são um direito constitucional. “Essa mulher não cometeu absolutamente nenhum crime. É uma pessoa inocente que está indo para a cadeia por 14 anos”, afirmou a legenda.
Ainda segundo a postagem, o PCO criticou ministros que divergiram parcialmente na dosimetria da pena. “O Fux discordou, o Zanin deu 11 anos — o que também é uma barbaridade”, completou o partido.
A decisão da 1ª Turma do STF ocorre em meio ao julgamento dos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes. As penas têm gerado reações divergentes entre diferentes setores políticos.