O procurador-geral afastado do INSS, Virgílio de Oliveira Filho, é investigado pela Polícia Federal por suspeita de participação em um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Um dos elementos que agravam a apuração é o uso de uma escolta considerada ilegal da Polícia Federal no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em novembro de 2024.

Imagens obtidas pela PF mostram Virgílio sendo acompanhado por uma viatura oficial da corporação ao lado do empresário Danilo Trento, ex-investigado na CPI da Covid, envolvido no escândalo das vacinas Covaxin. A investigação aponta que Trento pagou a passagem aérea de Virgílio e ainda acionou um agente da PF para garantir a escolta até um voo executivo com destino a Curitiba.

Uso irregular de estrutura pública

O agente envolvido, Philipe Roters Coutinho, lotado no aeroporto de Congonhas, admitiu ter atendido ao pedido de Trento — seu conhecido — mas negou qualquer ligação com Virgílio ou com o INSS. Em nota, afirmou que o empresário teria desembarcado com atraso e solicitou ajuda para evitar a perda do voo.

“Foi a primeira e única vez que encontrei o Sr. Virgílio de Oliveira”, disse Coutinho, alegando boa-fé.

Apesar disso, a PF identificou o uso indevido do veículo oficial e destacou indícios de “movimentações com perfil de compra atípico”, como viagens de última hora e voos de bate-volta, principalmente para Brasília. O relatório sugere a existência de uma estrutura irregular com possíveis ramificações dentro da própria Polícia Federal.

Repercussão e silêncio das defesas

A defesa de Virgílio informou que não comentará o caso por enquanto, pois teve acesso recente ao inquérito. Danilo Trento permanece em silêncio. O episódio eleva a pressão sobre o INSS, já envolvido em outras suspeitas de irregularidades em contratos e concessões.

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