O ex-servidor municipal de Lima, José Miguel Castro Gutiérrez, principal colaborador nas investigações contra a ex-prefeita Susana Villarán, foi encontrado morto em sua residência no bairro Miraflores, em Lima, no domingo (29). O corpo foi encontrado com um corte profundo no pescoço — há suspeitas de manipulação da cena — e um par de facas bloody ao lado.

Castro, que integrava o esquema de “colaborador eficaz” no processo iniciado contra Villarán, respondia por acusações de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção. A acusação buscava condená-lo a até 25 anos de prisão. Seu depoimento foi fundamental para abrir investigações sobre supostos repasses de até US$ 10 milhões da Odebrecht e da OAS para a campanha contrária à revogação da prefeita, bem como para obras como “Rutas de Lima” e a Linha Amarela.

A morte ocorreu pouco menos de três meses antes do início do julgamento oral previsto para setembro, e preocupa autoridades que temem uma atmosfera de intimidação a testemunhas. O fiscal José Domingo Pérez assegurou que o conteúdo das declarações de Castro será incorporado ao processo como prova, mesmo após a sua morte.

A Polícia Nacional do Peru investiga o caso, com apoio da perícia técnica. Diversos líderes políticos apontam para um padrão de “mortes suspeitas envolvendo testemunhas com informações sensíveis” no país, como alertou o ex-ministro Juan Sheput.


🔍 Contexto do caso Odebrecht no Peru

Desde 2016, quando o escândalo da Odebrecht vem sendo investigado na América Latina, o Peru vive uma onda de processos contra políticos. Já foram condenados ex-presidentes como Ollanta Humala e Alejandro Toledo, o primeiro a 15 e o segundo a 20 anos de prisão. Agora, figuras como Susana Villarán enfrentam acusações por receber, em conjunto com Castro, entre US$ 7 e 10 milhões em propinas para favorecer obras públicas

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here