Em reunião realizada no dia 2 de abril, representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon), pecuaristas, piscicultores e autoridades estaduais debateram estratégias para fortalecer as exportações de pescado e viabilizar a exportação de carne bovina e gado vivo via hidrovia do Rio Madeira, utilizando o porto público de Porto Velho.

O encontro, realizado na sede da Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (SOPH), contou com a presença de integrantes do setor produtivo, logístico e do governo, e destacou a urgência de reduzir os custos logísticos e ampliar os mercados para os produtos agropecuários do estado.

Exportação de pescado: experiência já em andamento

A operadora logística K.C.F. de Oliveira apresentou uma experiência bem-sucedida de exportação de tambaqui congelado para o Peru, com origem em Ariquemes (RO). Apesar do transporte ter levado cerca de 25 dias até Iquitos, a operação comprovou que é possível manter a qualidade do produto, mesmo com desafios como seca dos rios e neblina.

Exportação de carne bovina e gado em pé

Durante a reunião, representantes da Associação dos Pecuaristas de Rondônia e do Instituto da Carne Nobre (Ibracan) defenderam a exportação de gado vivo, como forma de agregar valor e driblar a desvalorização da arroba do boi no estado — que chega a ser 20% menor que em outras regiões, como São Paulo e Mato Grosso.

Para viabilizar esse modelo, foi sugerida a criação de um Estabelecimento Pré-Embarque (EPE) no Porto de Porto Velho, com quarentena e fiscalização sanitária, além da instalação de uma câmara de inspeção da Receita Federal no local.

Próximos passos definidos

Entre os encaminhamentos, destacam-se:

  • Elaboração de levantamento técnico sobre o setor pecuário de Rondônia, com dados de produção e exportação;

  • Desenvolvimento de uma proposta de viabilidade técnica e econômica para exportação via Rio Madeira;

  • Articulação junto ao governo estadual para cessão de área destinada ao EPE;

  • Projeto-piloto de transporte fluvial de gado vivo, com apoio da Câmara Setorial da Carne e da Associação dos Pecuaristas.

O presidente do Sistema Faperon/SENAR-AR, Hélio Dias, reforçou que as ações fazem parte de uma luta contínua dos produtores de Rondônia para baratear custos logísticos e ampliar o acesso a mercados internacionais, como o asiático e o Oriente Médio, com foco em carne resfriada e animais vivos.

Segundo ele, a exportação pela hidrovia pode aumentar a competitividade da cadeia produtiva, agregando mais valor à produção local e gerando mais renda para os produtores do estado.

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