Durante a Cúpula do Mercosul realizada em Buenos Aires nesta quinta-feira (3), o presidente da Argentina, Javier Milei, fez um discurso contundente sobre o avanço do crime organizado transnacional na região. Ele classificou o fenômeno como um “câncer” que ameaça todos os países do bloco econômico e destacou a expansão das facções brasileiras Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) para outras nações do Mercosul.
Milei anunciou a criação de uma agência regional específica para o combate ao crime organizado ainda em 2025, resultado de esforços conjuntos nas recentes reuniões dos ministros da Segurança Interna e do Fórum de Consulta Política do Mercosul. Segundo o presidente argentino, a iniciativa representa um passo importante para enfrentar esse desafio.
“O Primeiro Comando da Capital e o Comando Vermelho se estenderam por todo o Mercosul. E se isso acontecer, toda a região estará em perigo”, alertou Milei, ressaltando a necessidade de cooperação entre os países membros para conter a atuação dessas organizações criminosas.
Ao encerrar sua presidência pro tempore do Mercosul, Milei passou o comando ao Brasil, fazendo um apelo para que o país mantenha o compromisso de fortalecer a luta contra o crime transnacional na região.
Além do combate ao crime, Milei falou sobre a crise na Venezuela, manifestando preocupação com prisões ilegais e reivindicando a libertação de presos políticos, incluindo um policial argentino.
O presidente também criticou a burocracia comercial dentro do bloco, defendendo uma maior abertura econômica adaptada às necessidades atuais, e alertou que os custos da ineficiência recaem sobre empresários e trabalhadores.
A criação da agência regional de segurança e o foco em desafios econômicos marcam um novo momento na cooperação entre os países do Mercosul, buscando garantir maior estabilidade e desenvolvimento para a América do Sul.