A busca pela brasileira Juliana Marins, de 26 anos, terminou de forma trágica nesta terça-feira (24/06), após quatro dias de angústia e críticas à lentidão das autoridades da Indonésia. A jovem, que caiu em um penhasco de cerca de 300 metros durante uma trilha no Monte Rinjani, um dos vulcões mais altos do país, foi encontrada sem vida por equipes de resgate.

Natural de Niterói (RJ) e formada em Publicidade pela UFRJ, Juliana estava em um mochilão pela Ásia desde fevereiro, com passagens pelas Filipinas, Vietnã e Tailândia, antes de chegar à Indonésia.

Acidente e demora no resgate

Juliana fazia a trilha com um grupo e um guia quando decidiu parar para descansar, alegando cansaço. Horas depois, desapareceu. Turistas espanhóis usaram drones para localizá-la ainda com vida, mas a falta de equipamentos adequados, o terreno íngreme e as condições climáticas adversas dificultaram qualquer tentativa de resgate imediato.

Relatos apontam que, no primeiro dia após a queda, ela ainda estava consciente e chamando por socorro. Familiares denunciaram informações falsas passadas pelas autoridades locais, como vídeos forjados e afirmações não confirmadas de que ela teria recebido alimentos e agasalhos.

Itamaraty acompanha o caso

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou nesta terça-feira a morte da jovem e lamentou o ocorrido. Segundo nota oficial, a Embaixada do Brasil em Jacarta atuou junto às autoridades locais para acelerar as buscas, mas enfrentou limitações por conta da geografia e do clima.

“O governo brasileiro comunica, com profundo pesar, a morte da turista brasileira Juliana Marins […]. Transmitimos nossas condolências aos familiares e amigos pela imensa perda nesse trágico acidente”, diz o texto.

Histórico de acidentes e críticas à gestão do parque

O local onde o acidente aconteceu já registra um alto número de ocorrências semelhantes. De acordo com o Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani, 60 acidentes foram registrados em 2024, o dobro de 2023. Nos últimos cinco anos, 8 pessoas morreram e 180 ficaram feridas na trilha que leva à cratera do vulcão.

Especialistas e turistas reclamam da falta de estrutura para resgates rápidos, da pouca sinalização em áreas de risco e da desorganização nos protocolos de emergência.

Cronologia dos principais momentos da busca

  • 20/06 (sexta-feira, noite – horário de Brasília): Juliana caiu de um penhasco durante a trilha.

  • 21/06 (sábado): Informações falsas circulam, afirmando que ela havia recebido comida e agasalhos.

  • 22/06 (domingo): Buscas são suspensas devido à neblina. Família denuncia a falta de transparência das autoridades locais.

  • 23/06 (segunda): Novas buscas são feitas com drones térmicos. Juliana é localizada novamente, já imóvel, a cerca de 1 km de profundidade.

  • 24/06 (terça): Corpo de Juliana é finalmente alcançado pelas equipes de resgate.

Mobilização nas redes sociais

Durante os dias de busca, amigos, influenciadores e familiares fizeram campanhas online pedindo agilidade no resgate. A hashtag #ResgateJulianaMarins ganhou força nas redes, com mensagens de apoio vindas de vários países.

Próximos passos

O corpo de Juliana deve passar por exames locais antes da liberação para o translado ao Brasil. O Itamaraty informou que acompanha os trâmites funerários e dará assistência à família durante o processo.

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