A ponte sobre o rio Candeias, na BR-364, foi bloqueada por moradores de Candeias do Jamari na manhã desta quarta-feira (7), em um protesto motivado pelas más condições estruturais da via e pela recente morte de um caminhoneiro no trecho. A ponte, que dá acesso direto a Porto Velho, é vital para o deslocamento diário de centenas de pessoas e veículos de carga.
A manifestação começou logo nas primeiras horas da manhã e interditou completamente o tráfego de veículos por várias horas. A principal reclamação dos manifestantes gira em torno da precariedade das pontes sobre o rio e da lentidão nas ações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pelas obras e manutenção.
“A ponte está visivelmente inclinada, é um risco real. A tragédia do Maranhão está aí para nos lembrar do que pode acontecer. Não vamos esperar algo semelhante acontecer aqui para agir”, disse Margarete Miranda, uma das líderes do protesto, referindo-se ao colapso de uma ponte no interior do Maranhão que matou diversas pessoas em abril.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 400 usuários de transporte coletivo foram diretamente prejudicados apenas nas primeiras horas do bloqueio, que se estendeu até o fim da manhã, quando os manifestantes decidiram liberar a pista após uma reunião com representantes do DNIT e da PRF.
Tragédia como estopim
O protesto ganhou força após a morte de um caminhoneiro de 43 anos, na terça-feira (6), em um trecho sinalizado com sistema “Pare e Siga”. De acordo com a PRF, o motorista não percebeu que outros veículos estavam parados e colidiu com a traseira de uma carreta, morrendo antes da chegada do socorro. O local do acidente está diretamente ligado à estrutura comprometida da ponte, que opera com restrições desde março.
Situação das pontes
Existem duas pontes paralelas sobre o rio Candeias: uma no sentido crescente (Vilhena-Porto Velho), construída há mais tempo, e outra mais recente, no sentido decrescente (Porto Velho-Vilhena). Após inspeções, o DNIT interditou completamente a ponte mais antiga por risco de colapso, transferindo todo o fluxo de veículos para a ponte mais nova, que agora opera com sobrecarga.
Em nota oficial, o DNIT informou que está adotando medidas emergenciais para garantir a segurança da estrutura e anunciou que, em até 30 dias, o tráfego nas duas pistas da ponte mais nova será restabelecido, permitindo o avanço simultâneo das obras nas duas pontes.
Clamor por soluções
A comunidade de Candeias do Jamari pede celeridade nas obras e maior transparência nas ações do DNIT. “Não dá mais para confiar apenas nas promessas. Queremos ações concretas e um cronograma realista. Estamos cansados de correr riscos para ir trabalhar ou estudar”, disse outro manifestante, que preferiu não se identificar.
Com a crescente preocupação da população e o agravamento da situação viária, cresce a pressão para que o governo federal priorize investimentos em infraestrutura nas rodovias da região Norte, que frequentemente enfrentam abandono e descaso.