Em menos de 24 horas, seis mulheres foram assassinadas no Rio Grande do Sul na última sexta-feira (18), em um dos dias mais violentos do ano no estado. Os crimes ocorreram em Feliz, Parobé, São Gabriel, Bento Gonçalves, Viamão e Santa Cruz do Sul. Em todos os casos, os principais suspeitos são ex-companheiros das vítimas.
Diante da repercussão, a Polícia Civil anunciou que antecipará o lançamento de uma plataforma online para o registro de ocorrências e solicitação de medidas protetivas. A ferramenta, que já estava em desenvolvimento, permitirá que mulheres façam pedidos diretamente pelo celular ou computador. O sistema será integrado com o Tribunal de Justiça e o Ministério Público do RS, e encaminhará automaticamente o pedido à delegacia e comarca responsáveis.
“O sistema ficou pronto na semana passada. Vamos viabilizar seu funcionamento o quanto antes para ampliar o acesso à proteção”, explicou o chefe de Polícia, Fernando Sodré. Nenhuma das seis vítimas possuía medida protetiva vigente.
O governador Eduardo Leite lamentou os crimes e defendeu maior engajamento da sociedade no combate à violência de gênero. Já o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher criticou o governo, apontando “omissão institucional” e pedindo o retorno da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Apesar das críticas, o governo estadual destaca avanços como a queda de 15% nos feminicídios em 2024, a expansão da Patrulha Maria da Penha e o monitoramento eletrônico de agressores.
Ainda assim, os seis feminicídios da sexta-feira escancaram a urgência de medidas mais efetivas para proteger as mulheres no RS.