O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) denunciou 12 indivíduos envolvidos em uma série de violentos ataques que ocorreram em janeiro deste ano em diversos municípios do estado. Os atentados, que duraram aproximadamente uma semana, resultaram na morte de mais de 10 pessoas e deixaram dezenas de feridos.
Os ataques são atribuídos ao Comando Vermelho, uma facção criminosa que, segundo a polícia, teria ordenado as ações como retaliação às operações policiais realizadas no conjunto habitacional Orgulho do Madeira, que está sob o domínio da facção. A morte de um cabo da Polícia Militar (PM) foi o estopim para a onda de violência, que se espalhou por várias localidades da capital, Porto Velho, e cidades vizinhas.
O MP-RO apontou que os ataques foram coordenados por líderes da facção criminosa através de aplicativos de mensagens, utilizando chats privados e grupos organizados para planejar as ações criminosas. Seis dos denunciados já tiveram a prisão preventiva decretada, enquanto os outros ainda aguardam o andamento do processo.
Durante a semana de terror, ao menos oito pessoas foram baleadas em diferentes ataques realizados pelos criminosos, enquanto outras cinco ficaram feridas em confrontos com a polícia. A Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia (Sesdec) confirmou que mais de 28 veículos foram incendiados, incluindo ônibus, carros e até uma viatura da PM. Os motoristas e as empresas de transporte público foram forçados a suspender os serviços tanto na capital quanto na cidade vizinha de Candeias do Jamari, devido à ameaça constante de ataques.
Os acusados enfrentam acusações de integração a organização criminosa e incitação ao crime. O processo, que tramita na 4ª Vara Criminal de Porto Velho, pode resultar em penas severas para os envolvidos, caso sejam considerados culpados pelos crimes. A comunidade de Rondônia, ainda traumatizada pelos eventos, aguarda um desfecho para esse caso, que expõe as consequências do domínio de facções criminosas em várias regiões do estado.
Esses ataques não só mostram a força das organizações criminosas, mas também revelam as dificuldades das autoridades em combater essas facções, que continuam a espalhar o medo e a insegurança pela região. O desdobramento desse caso será crucial para o enfrentamento do crime organizado em Rondônia e o fortalecimento das medidas de segurança pública no estado.