A busca por alternativas mais econômicas e sustentáveis no consumo de energia elétrica tem crescido entre empresas rondonienses. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até o final de 2025, mais de 27 mil empresas em todo o Brasil devem migrar para o Mercado Livre de Energia (MLE) — e muitas delas estão em Rondônia, onde a redução de custos pode chegar a 40% na conta de luz.
A modalidade permite que empresas negociem diretamente com geradores de energia, sem a obrigatoriedade de compra junto às grandes distribuidoras. Dessa forma, os consumidores ficam livres de tarifas extras, como as bandeiras tarifárias, e de alguns tributos que encarecem o fornecimento no modelo tradicional.
“A migração para o Mercado Livre de Energia oferece várias vantagens, como redução de custos, previsibilidade orçamentária e liberdade de escolha quanto ao tipo de energia e fornecedor”, explica Alex Bissigo, diretor comercial da Energy Libra, empresa especializada em intermediar esse tipo de contrato.
Quem pode aderir ao MLE?
O Mercado Livre de Energia é destinado a consumidores classificados no Grupo A, que são aqueles atendidos em média ou alta tensão — como indústrias, comércios e hospitais, com faturas a partir de R$ 10 mil mensais. Esses clientes têm direito de escolher de quem comprar a energia e em que condições.
Empresas com faturas mensais entre R$ 10 mil e R$ 20 mil representam 75% dos consumidores em processo de migração, segundo levantamento recente do setor.
Apesar da aparência técnica, o processo de migração tem se tornado cada vez mais simples e rápido com o apoio de comercializadoras de energia. Um exemplo é o empresário Júlio Gasparelo, que atua no setor de alimentos e possui consumo elevado de energia devido às câmaras frias de seu empreendimento.
“Vale muito a pena. Não precisa de investimento inicial, o processo é tranquilo. É basicamente trocar de fornecedor. É muito viável”, afirmou Gasparelo.
Além da economia, os contratos no MLE são personalizados. Ou seja, as empresas podem negociar volume, preço e prazo de fornecimento, aumentando a previsibilidade de gastos e até optando por energia renovável, contribuindo com ações sustentáveis.
Como migrar para o Mercado Livre de Energia?
Para aderir, a empresa precisa:
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Ter fornecimento em média ou alta tensão (Grupo A);
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Estar com o contrato de fornecimento atual encerrando ou negociável;
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Escolher um fornecedor no mercado livre (geradora ou comercializadora);
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Assinar um contrato de uso com a distribuidora local (como a Energisa, em Rondônia).
Empresas como a Energy Libra atuam justamente nesse apoio, desde a análise de viabilidade até o fechamento do contrato e acompanhamento da operação, garantindo segurança e otimização dos benefícios.
Além do impacto financeiro positivo, o modelo também estimula o uso de energia limpa, já que muitas geradoras atuam com fontes renováveis, como solar, eólica ou biomassa. Essa transição acompanha uma tendência mundial de descarbonização da matriz energética.
“O mercado livre democratiza o acesso à energia limpa e promove um ciclo de consumo consciente e responsável”, avalia Alex Bissigo.