16.5 C
Rio Grande do Sul
sexta-feira, julho 11, 2025
HomeBrasil e MundoEstudo liga consumo de aspartame a risco maior de doenças cardíacas —...

Estudo liga consumo de aspartame a risco maior de doenças cardíacas — alerta global sobre refrigerantes diet

Um novo estudo publicado na conceituada revista científica Cell Metabolism acendeu um sinal de alerta mundial sobre o aspartame, adoçante artificial largamente usado em produtos como refrigerantes diet, “zero açúcar” e outros alimentos industrializados.

A pesquisa, conduzida por cientistas do Karolinska Institutet (Suécia) em parceria com a Universidade de Shandong (China), apontou que o consumo diário equivalente a três latas de refrigerantes dietéticos pode estar associado a um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares.

Efeitos nos testes

No estudo, camundongos foram alimentados por 12 semanas com uma dieta contendo 0,15% de aspartame, proporção equivalente à ingestão humana de cerca de três latas diárias de refrigerante adoçado artificialmente. Os resultados foram preocupantes:

  • Aumento dos níveis de insulina no sangue, indicador ligado a maior risco metabólico;
  • Formação acelerada de placas de gordura nas artérias, processo que leva à aterosclerose;
  • Ativação de marcadores inflamatórios como IL-6, TNF-α e CX3CL1, que elevam o risco de doenças cardíacas e AVC.

Segundo os pesquisadores, a inflamação provocada pelo excesso de insulina pode acelerar o desenvolvimento da aterosclerose, quadro que estreita ou obstrui artérias e pode resultar em infarto ou derrame.

Estudo em humanos ainda é necessário

Os autores destacaram que, apesar dos resultados expressivos, os testes foram realizados em animais. Portanto, não há evidência conclusiva sobre o mesmo efeito em seres humanos, sendo necessários estudos clínicos para confirmar os riscos.

Mesmo assim, o trabalho gerou repercussão internacional. O jornal britânico The Sun publicou manchete em tom alarmista: “Alerta urgente sobre refrigerantes gaseificados: ingrediente pode elevar risco de infarto e derrame.”

O que dizem as autoridades de saúde?

  • Organização Mundial da Saúde (OMS), em relatório publicado em julho de 2023, classificou o aspartame como “possivelmente cancerígeno para humanos” (Grupo 2B), mas ressaltou que, dentro dos limites de ingestão diária aceitável, o risco é considerado baixo.
  • Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) mantém o aspartame aprovado como seguro para consumo humano, dentro do limite de até 50 mg/kg de peso corporal por dia.
  • No Brasil, a Anvisa também autoriza o uso do adoçante, seguindo limites de ingestão diária estabelecidos internacionalmente.

Ainda assim, profissionais da saúde recomendam moderação no consumo de adoçantes artificiais. “Embora não devamos entrar em pânico, é prudente evitar excesso de refrigerantes diet ou alimentos ultraprocessados com adoçantes, até que tenhamos dados mais robustos em humanos,” alerta o médico endocrinologista Dr. André Vilela, consultado pela reportagem.

O aspartame no cotidiano

O aspartame está presente em milhares de produtos no mercado — não apenas refrigerantes diet, mas também iogurtes light, gomas de mascar, sobremesas sem açúcar e até medicamentos infantis.

Para quem busca reduzir o consumo, especialistas indicam alternativas como água saborizada natural, chás sem açúcar e moderação no uso de qualquer adoçante, seja artificial ou natural.

O debate sobre os riscos do aspartame deve se intensificar nos próximos meses, com novas pesquisas em andamento para avaliar os impactos em seres humanos.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Publicidade -[banner group='banner-pagina-interna-250x250']

Mais populares