Com três mandatos consecutivos como deputado federal, Lúcio Antônio Mosquini (MDB) apresenta-se como defensor dos pequenos produtores, da regularização fundiária e da infraestrutura. No entanto, por trás do discurso, escondem-se omissões perigosas, projetos irresponsáveis e um histórico que cada vez mais distancia o parlamentar das necessidades reais da população de Rondônia.
Segurança em Risco: Os Projetos PL 429/2025 e PL 4852/2024
Dois projetos apresentados por Mosquini causaram espanto entre especialistas em segurança viária e cidadãos atentos ao bem comum: Os PLs visa dispensar a obrigatoriedade do tacógrafo — dispositivo essencial para monitorar velocidade e jornada de motoristas profissionais.
Essas iniciativas ignoram completamente as recomendações da Organização Mundial da Saúde, da Polícia Rodoviária Federal e de órgãos técnicos. O tacógrafo, por exemplo, é um dos principais instrumentos para evitar acidentes causados por fadiga, excesso de velocidade e abuso de jornada.
Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), acidentes com veículos pesados são responsáveis por milhares de mortes anuais, e os controles eletrônicos — como o tacógrafo — são fundamentais para mitigar esse risco.
Por que então o deputado quer acabar com eles? A resposta parece estar no alinhamento estreito com grandes transportadoras, que pressionam contra custos operacionais. Ao tentar agradar esse setor, Mosquini mostra total descompromisso com a vida humana nas estradas.
O vereador Moisés Barbosa de RS, em seu instagram @malucodobemoficial estava indignado com o deputado federal Lúcio Mosquini, do MDB de Rondônia, por propor o projeto de Lei que visa a retirada dos tacógrafos de caminhões com peso bruto acima de 4.536 quilos. “O tacógrafo é importante para registrar velocidade, distância, horas de direção e paradas, e já salvou vidas. O projeto é criticado por ignorar a segurança. Um acidente recente no Rio Grande do Sul, onde sete pessoas morreram, destacou a importância do tacógrafo ao revelar mau uso do freio” afirmou o vereador Moisés Barbosa.
ANPECI destaca que o Brasil está em risco, pois o Projeto de Lei ameaça segurança viária e enfraquece a fiscalização de caminhões
Na prática, os projetos eliminam um dos principais instrumentos de fiscalização preventiva de segurança viária no país.
Retrocesso disfarçado de economia – Apresentadas sob o argumento de reduzir custos logísticos, as propostas ignoram o impacto social, econômico e, sobretudo, humano da medida. O cronotacógrafo é reconhecido por especialistas como a “caixa preta” dos caminhões e ônibus, registrando de forma inalterável a velocidade, distância percorrida e o tempo de direção dos condutores. Sua aferição periódica, regulamentada pelo Inmetro, é crucial para garantir a precisão dos dados e a integridade das fiscalizações.
A Associação Nacional dos Postos de Ensaio de Cronotacógrafos (ANPECI) reagiu com veemência às propostas. Em nota técnica apresentada a diversos deputados federais, incluindo Danrlei de Deus (PSD/RS) e Lucas Redecker (PSD/RS), a entidade alertou para os graves riscos que a aprovação desses PLs representa. “Os veículos dispensados das verificações são justamente os que mais necessitam de controle, dada a alta incidência de motoristas submetidos a jornadas exaustivas e, muitas vezes, sob efeito de substâncias ilícitas para se manterem acordados”, destacou a ANPECI .
Fiscalização enfraquecida e sensação de impunidade
Além de comprometer a segurança nas estradas, os projetos fragilizam a atuação dos agentes de fiscalização. Com a exclusão do uso obrigatório do tacógrafo, torna-se impossível aplicar medidas preventivas como a retenção do veículo para descanso do motorista, instrumento fundamental para evitar acidentes causados por fadiga.
A proposta, segundo a ANPECI, também fere a lógica jurídica do próprio Código de Trânsito Brasileiro (CTB), criando insegurança normativa ao tratar de forma desigual veículos com as mesmas características operacionais. “É uma tentativa de legalizar a negligência, premiando infratores e desestimulando o respeito à legislação de trânsito”, afirma José Augusto Basso, diretor da associação.
Danos sociais e econômicos
Segundo dados apresentados em audiência pública na Câmara, o impacto positivo do uso do cronotacógrafo é estimado em R$ 8 bilhões ao ano, incluindo a redução de acidentes, custos hospitalares, indenizações e perda de produtividade. A rede de 800 postos autorizados pelo Inmetro emprega cerca de 5 mil profissionais que podem ser diretamente afetados pela aprovação dos PLs.
Oposição técnica e parlamentar cresce
A mobilização da ANPECI resultou em apoio parlamentar à causa. Deputados da Comissão de Viação e Transportes demonstraram preocupação com o teor dos projetos e se comprometeram a buscar uma audiência pública para debater o tema de forma mais ampla. O alerta é claro: retirar o cronotacógrafo das estradas é andar para trás na proteção da vida.
O polêmico deputado se insurge contra segurança publica que precisa ser reforçado e negligência o seu papel de parlamentar no silêncio ensurdecedor na Reforma Tributária: Uma Agressão à Economia de Rondônia
Em contraste com a urgência do tema, Mosquini manteve-se omisso diante da mais profunda transformação fiscal do país nos últimos anos. A reforma tributária aprovada em 2023 e regulamentada em 2024 representa um golpe brutal para Rondônia.
Fatos como fim dos incentivos fiscais (fuga de empresas e empregos), redução da arrecadação nos municípios, aumento dos custos de produção e perda de competitividade, êxodo industrial e colapso do setor produtivo, nada disto fez com que o parlamentar se sensibilizasse pela causa.
E onde estava Mosquini?
Nem audiência pública, nem emenda mitigatória, nem articulação para defender Rondônia. O deputado votou a favor da regulamentação e nunca apresentou medidas para compensar o prejuízo ao estado que o elegeu.
O Deputado das Elites e a Contradição Ideológica
Apesar de se apresentar como defensor de produtores e empresários locais, Mosquini é, na prática, um político a serviço do grande capital do agronegócio e das grandes transportadoras rodoviária. Isso se reflete: No apoio velado à substituição dos pequenos produtores por monoculturas extensivas. Na promoção de pautas que beneficiam grandes empresários em detrimento do consumidor final
E, ideologicamente, tenta se vender como centro-direita — mas mantém laços próximos com o senador Confúcio Moura, um político culto e que deixa claro sua opção pela esquerda, não engana seu eleitorado é um expoente da esquerda em Rondônia – Porém esta aliança fez com que Mosquini se mantivesse inerte e omisso sobre o leilão da BR-364 por ser um projeto do Senador Confúcio Moura. Vive uma ambiguidade que confunde seus eleitores e enfraquece sua legitimidade política.
Escândalo de Corrupção: A Operação Ludus
Em 2014, Mosquini foi preso na Operação Ludus, deflagrada pelo Ministério Público de Rondônia, acusado de participar de um esquema criminoso envolvendo fraudes em licitações e desvios no Departamento de Estradas de Rodagem (DER/RO), que ele chefiava.
O foco era a obra milionária do “Novo Espaço Alternativo” em Porto Velho, repleta de irregularidades e suspeitas de superfaturamento.
Mosquini Não Representa o Povo de Rondônia
O deputado age como um político disfarçado, um lobo em pele de ovelha. Seus projetos põem vidas em risco, sua omissão ameaça a economia regional, e seu histórico levanta sérias dúvidas sobre integridade e compromisso.
O povo rondoniense precisa de representantes que defendam os interesses coletivos, e não de um parlamentar que luta apenas por favores privados e alianças questionáveis.
A hora de cobrar responsabilidade chegou. Mosquini deve explicações — e Rondônia merece respeito. 2026 vem ai, o povo vai dar a resposta que ele merece.