A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a Operação Magnus Terminus, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de armas de fogo, com atuação em Rondônia, segundo informou a corporação .
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva na região de Guajará-Mirim, cidade de fronteira com a Bolívia — todos expedidos pela 7ª Vara Federal da Seção Judiciária de Rondônia.
Durante a operação, duas pessoas foram presas em flagrante por posse irregular de armas e munições restritas.
Apreensões expressivas e fábrica clandestina
As autoridades apreenderam:
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3 revólveres, 2 pistolas e 5 espingardas
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208 munições de diferentes calibres
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Peças para fabricação artesanal de armas
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Dois veículos usados para transporte
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R$ 4,9 mil em espécie
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E, crucialmente, foi descoberta uma oficina clandestina de montagem e alteração de armas de fogo, usada para abastecer o grupo criminoso.
A investigação remonta à Operação Magnus Pedites (2023), cujo foco era o tráfico de drogas. Naquele momento a PF identificou indícios de que o mesmo grupo também havia importado ilegalmente fuzis e submetralhadoras da Bolívia, abastecendo organizações criminosas em Porto Velho. Esse vínculo permitiu a ampliação do alcance investigativo até culminar na Magnus Terminus.
Os suspeitos podem responder por crimes como:
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Tráfico internacional de armas de fogo
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Associação criminosa
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Fabricação e prestação de serviços ilícitos em armas
As penas previstas para esses crimes podem chegar a mais de 12 anos de prisão, dependendo dos agravantes e características do delito
Contexto e relevância da operação
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Complexidade das redes transnacionais: a importação de armamentos de uso restrito pela Bolívia evidencia a atuação de redes bem estruturadas que exploram fronteiras abertas.
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Sinergia entre ofensivas: a transição da Magnus Pedites para a Magnus Terminus reflete a capacidade da PF de rastrear conexões entre tráfico de drogas e armas.
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Proteção à segurança pública: a retirada dessas armas de circulação diminui substancialmente o poder de fogo do crime organizado em Rondônia.
Frações do crime organizado, especialmente nas regiões de fronteira, utilizam essas armas para fortalecer sua estrutura e intimidar rivais, o que torna ações como a Magnus Terminus essenciais para garantir a ordem pública e reduzir a violência.
Os detidos seguem à disposição da Justiça Federal, aguardando os julgamentos dos casos.
A PF deve prosseguir com análises balísticas para identificar uso dessas armas em crimes anteriores. Investigações futuras podem revelar novas rotas de tráfico ou possíveis envolvidos tanto no fornecimento quanto no consumo desses armamentos.