O mercado brasileiro de boi gordo registrou preços mistos ao longo de abril, e a expectativa é de queda nas cotações em maio, impulsionada pela sazonalidade do período, quando há maior oferta de animais prontos para o abate. Apesar disso, o forte ritmo das exportações e o aquecimento do consumo interno por conta do Dia das Mães devem limitar uma desvalorização mais acentuada.
Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, a primeira metade de abril foi marcada por altas nos preços, mas a segunda metade mostrou retração em várias regiões, como São Paulo e Goiás, onde as indústrias encontraram maior facilidade para compor suas escalas de abate.
Variação da arroba do boi gordo – abril de 2025
Veja como fechou o preço da arroba (30 de abril) nas principais praças pecuárias, comparado ao fim de março:
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São Paulo (Capital): R$ 315 (-1,56%)
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Goiás (Goiânia): R$ 300 (-3,23%)
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Minas Gerais (Uberaba): R$ 320 (+4,92%)
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Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 320 (+1,59%)
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Mato Grosso (Cuiabá): R$ 325 (+6,56%)
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Rondônia (Vilhena): R$ 280 (+1,82%)
Atacado tem alta parcial
No mercado atacadista, a oferta ajustada levou a um movimento de valorização em abril. Para maio, a expectativa é de mais aumentos na primeira quinzena, com o pagamento de salários e a alta na procura por carne bovina para as comemorações do Dia das Mães.
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Quarto traseiro: R$ 25,00/kg (-1,96%)
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Quarto dianteiro: R$ 20,50/kg (+8,11%)
Exportações seguem em alta
As exportações de carne bovina in natura (fresca, congelada ou refrigerada) renderam US$ 1,062 bilhão em abril, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No total, o Brasil exportou 211,5 mil toneladas, com média diária de 12,4 mil toneladas e preço médio de US$ 5.021,20 por tonelada.
Apesar da previsão de queda nos preços do boi gordo em maio, o setor segue sustentado pela demanda externa aquecida, especialmente da China, e pelo consumo interno momentaneamente fortalecido em datas comemorativas. A combinação desses fatores mantém o mercado em relativo equilíbrio, ainda que com sinais de pressão para baixo.