O abandono da RO-472, estrada que liga Ji-Paraná (RO) a Rondolândia (MT), tem causado prejuízos significativos aos produtores rurais do Projeto Riachuelo, uma das regiões com maior concentração de pecuária de corte e leite do estado. A situação é crítica principalmente a partir do km 48, onde a via deixa de receber manutenção regular e as pontes de madeira apresentam risco de desabamento.
A rodovia estadual, também conhecida como Linha 94, é estratégica não apenas para Rondônia, mas também para o escoamento da produção de grãos do norte do Mato Grosso, encurtando o trajeto até a BR-364. No entanto, a falta de infraestrutura adequada tem dificultado o tráfego de veículos pesados, comprometendo a logística e impactando diretamente o bolso dos produtores.
A ponte sobre o rio Riachuelo, principal ponto de travessia da região, está com a estrutura seriamente comprometida, com tabuleiro de madeira quebrado e base fragilizada. Segundo moradores, até mesmo veículos leves têm dificuldade para passar com segurança. O problema se estende a outras pontes e trechos da estrada que acumulam atoleiros, impedindo o escoamento da produção agropecuária.
“Estamos perdendo dinheiro todo dia. A venda de leite, gado e peixe está travada ou com custo altíssimo de transporte. A estrada não aguenta mais caminhões. Estamos isolados”, desabafou um produtor da região.
Diante do cenário, muitos recorrem à RO-133 (Linha 86), mas o percurso é mais longo e também está em más condições. Os produtores cobram soluções urgentes, entre elas a substituição das pontes de madeira por tubos armados ou novas estruturas de concreto, o que garantiria maior segurança e durabilidade para o transporte pesado.
Por meio de nota, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) confirmou que tem conhecimento da situação e informou que a ponte sobre o rio Riachuelo encontra-se com passagem parcial. Segundo o órgão, uma equipe técnica já foi mobilizada para realizar a manutenção emergencial, e o processo de licitação para a construção de uma nova ponte de concreto está em andamento.
O DER ainda esclareceu que parte da responsabilidade da estrada é do Município de Ji-Paraná, o que, segundo o órgão, pode dificultar a execução direta de melhorias em alguns trechos.
Enquanto aguardam a liberação de obras, os produtores seguem acumulando prejuízos e clamam por celeridade. “A gente só quer trabalhar e produzir. Mas como fazer isso sem estrada?”, questionou um morador.
