O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi reeleito neste domingo (13) com 56% dos votos, superando a adversária Luisa González, que obteve 44% e ainda não reconheceu a derrota. Aos 35 anos, o político se consolida como o presidente mais jovem da história do país, com um discurso duro contra o narcotráfico e medidas que dividem opiniões dentro e fora do Equador.
Noboa assumiu o governo em 2023, após eleições antecipadas convocadas por seu antecessor, Guillermo Lasso, e se destacou por declarar “conflito armado interno” contra o narcotráfico. A resposta às organizações criminosas incluiu militares nas ruas, operações em presídios, e até acordos com empresas de segurança privadas, como a controversa Blackwater. O estilo firme lhe rendeu comparações com Nayib Bukele, presidente de El Salvador.
Vestindo colete à prova de balas e falando de cima de um tanque, o presidente celebrou o que chamou de “vitória histórica”, prometendo ampliar o combate ao crime. “Nunca imaginaram que eu teria colhões para declarar guerra contra eles”, afirmou.
Apesar da popularidade, críticas à sua gestão aumentaram. Organizações de direitos humanos denunciam abusos da força pública durante os estados de exceção. Em Guayaquil, quatro meninos foram encontrados mortos e carbonizados após uma operação militar.
Noboa também gerou crise diplomática ao ordenar uma incursão policial na embaixada do México em Quito, rompendo laços com o país. O episódio visava capturar o ex-vice-presidente Jorge Glas, condenado por corrupção.
Nas redes sociais, Noboa cultiva a imagem de “jovem disciplinado e católico”, corre 10 km por dia, toma shakes de proteína e evita a política tradicional. É casado com a influencer Lavinia Valbonesi, com quem tem dois filhos.
No entanto, enfrenta acusações de violência vicária por parte da ex-esposa e de violência de gênero pela própria vice-presidente, Verónica Abad, afastada do cargo sob alegações políticas.
A nova gestão promete ser tão combativa quanto a primeira — em um país que, segundo o think tank Insight Crime, liderou os índices de homicídios da América Latina em 2024.