Após a confirmação da morte de três cavalos por raiva animal na zona rural de Candeias do Jamari (RO), o governo de Rondônia reforçou as medidas de controle e prevenção da doença no município. A confirmação do surto ocorreu no dia 16 de abril, após análise laboratorial em amostras coletadas por técnicos da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron).
O foco foi identificado em uma propriedade no Ramal São Pedro, onde um equino com sintomas neurológicos suspeitos foi isolado e, posteriormente, morreu. A coleta do material do sistema nervoso do animal, encaminhado a um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), confirmou a infecção por raiva.
Vistorias em raio de 12 km e campanhas educativas
Diante do cenário, equipes da Idaron passaram a realizar vistorias em todas as propriedades num raio de até 12 quilômetros do foco, com o objetivo de identificar novos casos, investigar ataques de morcegos hematófagos (espécie Desmodus rotundus) e orientar os produtores rurais quanto à importância da vacinação do rebanho.
As ações incluem também a busca ativa por abrigos de morcegos e a realização de campanhas educativas em rádios, escolas, associações e estabelecimentos agropecuários. A população rural está sendo alertada sobre os riscos da doença e orientada a comunicar imediatamente qualquer caso suspeito à Agência.
Vacinação é única forma de prevenção eficaz
De acordo com a Idaron, todos os animais de produção — bovinos, equinos, ovinos e caprinos — devem ser vacinados anualmente. Animais que receberem a imunização pela primeira vez devem tomar uma dose de reforço quatro semanas após a aplicação inicial.
Fabiano Alexandre dos Santos, gerente de Defesa Sanitária Animal da Idaron, reforçou que “as visitas às propriedades rurais continuam e a vacinação em áreas de risco é essencial para prevenir novas perdas”.
Raiva: risco à saúde humana e prejuízos à pecuária
A raiva é uma zoonose grave, transmitida por meio da saliva de animais infectados, geralmente por mordidas. A doença não tem cura e é fatal tanto para animais quanto para humanos. Segundo o coordenador do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros Domésticos, Ney Azevedo, a raiva exige resposta rápida: “Trata-se de uma doença letal, e a notificação precoce é fundamental para interromper a cadeia de transmissão”.
O Estado reforça que os exames e o atendimento a notificações são gratuitos, e que a confirmação da doença não acarreta penalidades ao produtor — não há interdição da propriedade nem sacrifício do rebanho.
Alerta à população rural
A Idaron orienta que qualquer sinal de comportamento anormal, sintomas neurológicos ou mordidas por morcegos nos animais sejam comunicados imediatamente. Essa é a principal medida para evitar a disseminação da doença e proteger a saúde pública e a produção agropecuária de Rondônia.