Na madrugada desta segunda-feira (14), uma aeronave de pequeno porte foi interceptada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e acabou caindo em uma área de mata próxima à Aldeia Ariramba Munduruku, no baixo Teles Pires, região de Alta Floresta, a cerca de 800 km de Cuiabá (MT). O avião transportava 51 tabletes de skunk, uma variação de maconha com alto teor de THC, droga considerada mais potente que a comum.
A ação foi coordenada em conjunto pela Polícia Federal, Polícia Militar, Grupo Especial de Fronteira (Gefron), FAB e Corpo de Bombeiros Militar. A operação integra os esforços de combate ao tráfico transnacional de entorpecentes, especialmente em áreas próximas à fronteira do Brasil com países produtores de drogas, como a Bolívia.
Os dois ocupantes da aeronave, identificados como J.R.S., de 32 anos, e C.A., de 31 anos — ambos de nacionalidade boliviana — foram encontrados gravemente feridos após a queda. Eles foram resgatados por um helicóptero da FAB e encaminhados ao Hospital Regional de Alta Floresta. Após atendimento médico, os dois foram detidos e permanecem sob custódia da Polícia Federal.
Segundo informações dos agentes envolvidos, o avião ficou completamente destruído com o impacto. Vídeos feitos por moradores da aldeia indígena mostram os destroços espalhados pela mata. Nenhum indígena foi ferido, mas a queda causou preocupação entre os moradores da comunidade Ariramba Munduruku.
Esse tipo de ocorrência evidencia o uso de rotas aéreas amazônicas para o transporte de drogas vindas de países vizinhos como Bolívia, Peru e Colômbia. O entorpecente apreendido, o skunk, tem alto valor comercial e é comumente destinado a grandes centros urbanos brasileiros ou enviado para o exterior.
A droga e os presos serão encaminhados à Delegacia da Polícia Federal, que dará continuidade às investigações. A suspeita é de que a aeronave fazia parte de um esquema maior de tráfico internacional, que pode envolver facções criminosas e rotas fixas pela fronteira amazônica.