Investigadores norte-americanos avaliam que o Brasil teria fornecido urânio ao Irã, reacendendo um capítulo sensível do programa nuclear brasileiro durante a ditadura militar (1970–80). A suspeita emerge em meio a inquéritos aos rumos do programa iraniano, que recentemente foi alvo de duras críticas da AIEA, acusando Teerã de enriquecimento oculto e enriquecimento para fins não pacíficos .
Adicionalmente, diplomatas americanos apontam que, em 2023, dois navios de guerra iranianos (IRIS Makran e IRIS Dena) atracaram no Rio de Janeiro, apesar de alertas e sanções dos EUA. A presença desses militares teria sido autorizada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, próximo a uma visita de Estado a Washington.
🕵️♂️ Pronunciamento do senador Ted Cruz
Durante audiências no Congresso dos EUA, o senador Ted Cruz (R-Texas) criticou duramente a postura do governo brasileiro:
“Brasil… Bolsonaro foi substituído por um radical anti-americano, Lula. Em fevereiro, Lula permitiu que dois dos navios de guerra mais avançados da Irã atracassem no porto do Rio. … A corrupção do governo Lula influenciou essa decisão. Concorda, Sr. Nichols?”
O parlamentar acusa soluções da administração Biden de omissão diante de alianças de esquerda com adversários dos EUA (China, Rússia e Irã).
⚛️ Contexto histórico: urânio e diplomacia nuclear
O histórico nuclear brasileiro é complexo:
- Embora não haja provas formais, estudos das décadas de 70 e 80 apontam que o Brasil produz yellowcake (concentrado bruto de urânio) e desenvolveu tecnologias de enriquecimento como a usina de Resende (RJ).
- No governo Lula (2003–2011), o Brasil envolveu-se em negociações com o Irã e Turquia, fomentado por Celso Amorim. Apoiava o direito à energia nuclear pacífica, o que gerou críticas dos EUA.
- Para o Brasil, a acusação pode comprometer seu prestígio no TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear).
- A AIEA pode exigir mais transparência em inspeções, exigindo acesso a locais de enriquecimento.
- Para o Irã:
- Revelações sobre suprimento estrangeiro de urânio reforçam preocupações do Ocidente e podem acelerar discussões no Conselho de Segurança da ONU.
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- A posição de Lula seria vista como alinhamento com regimes hostis aos EUA, questionando a política externa de Biden.