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sábado, maio 17, 2025
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PF apura desvio de R$ 48,7 milhões em compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste durante gestão de Rui Costa​

A Polícia Federal (PF) está investigando o desvio de R$ 48,7 milhões pagos antecipadamente pelo Consórcio Nordeste, em abril de 2020, para a aquisição de 300 respiradores pulmonares da empresa Hempcare. Os equipamentos, destinados ao combate à COVID-19, nunca foram entregues. Na época, o consórcio era presidido por Rui Costa, então governador da Bahia e atual ministro-chefe da Casa Civil.​

Segundo as investigações, a Hempcare, especializada em medicamentos à base de cannabis e sem experiência na comercialização de equipamentos médicos, recebeu o valor integral do contrato sem apresentar garantias de entrega. A empresa esvaziou suas contas em pouco mais de um mês, distribuindo os recursos a terceiros sem ligação com o fornecimento dos respiradores. Parte do dinheiro foi utilizada para a compra de veículos de luxo, pagamento de faturas de cartão de crédito e mensalidades escolares.​

A empresária Cristiana Taddeo, proprietária da Hempcare, firmou acordo de delação premiada, devolvendo R$ 10 milhões aos cofres públicos e apresentando extratos bancários que comprovam o repasse de R$ 11 milhões em comissões a intermediários do negócio. Ela afirmou que a contratação da Hempcare foi intermediada por um empresário baiano que se apresentou como amigo de Rui Costa e da então primeira-dama, Aline Peixoto. Esse empresário teria cobrado o pagamento de comissões pelo negócio.

O ex-secretário da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, responsável pelas tratativas com a Hempcare, confirmou em depoimento à PF que as negociações receberam o aval de Rui Costa. Dauster afirmou que houve uma flexibilização das exigências devido ao cenário mundial de pandemia, com aumento da procura por respiradores.​

Rui Costa nega qualquer irregularidade, afirmando que todas as compras durante a pandemia seguiram um padrão global de pagamento antecipado. Ele também destaca que determinou a abertura de investigação pela Polícia Civil da Bahia sobre o caso e deseja que os responsáveis pelo desvio sejam punidos.

O inquérito, inicialmente tramitando na primeira instância, foi devolvido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) após reavaliação do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Og Fernandes é o responsável pelo processo. A PF segue apurando se funcionários públicos também estão entre os beneficiados pelos recursos desviados.

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