O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação para apurar possíveis irregularidades em um contrato de R$ 380 milhões dos Correios com quatro agências de publicidade. A decisão foi tomada na quarta-feira (9), após uma representação do deputado estadual Leo Siqueira (Novo-SP), que questionou a legalidade e a transparência do processo licitatório.
Segundo parecer técnico do TCU, foram identificadas “falhas graves” na escolha das empresas vencedoras — Cálix Comunicação, Filadélfia S.A., Puxe Comunicação e Jotacom Comunicação. Entre os problemas apontados estão a ausência de justificativas técnicas e critérios objetivos para a seleção das agências. O tribunal já emitiu um alerta formal aos Correios e avalia aplicar uma medida cautelar para suspender o contrato, caso as irregularidades se confirmem.
“A estatal não pode comprometer R$ 380 milhões com publicidade, especialmente diante de um prejuízo de R$ 424 milhões só em janeiro”, criticou Leo Siqueira. A empresa acumula perdas de R$ 3,2 bilhões em 2024, o que intensifica as cobranças por responsabilidade fiscal.
A licitação também gerou polêmica pelo fato de nenhuma das principais agências do país ter avançado para a segunda fase, apesar de inscritas. O caso levanta dúvidas sobre os critérios utilizados no processo.
Além disso, três das quatro agências selecionadas têm histórico de envolvimento em escândalos e relações anteriores com o Partido dos Trabalhadores (PT), legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que acentuou críticas à condução do processo.
O caso reacende o debate sobre a gestão das estatais no atual governo, que tem enfrentado pressão por mais rigor e transparência em contratos públicos.