Um pequeno empresário do ramo de fretes, de 48 anos, sobreviveu a uma brutal tentativa de homicídio na madrugada da última segunda-feira (7), em Vilhena (RO), e, ainda hospitalizado, trouxe à tona uma versão surpreendente e distinta da que consta nos registros da Polícia Civil. O caso, ocorrido na casa da própria filha da vítima, está cercado de controvérsias e intriga familiar, e promete desdobramentos impactantes à medida que as investigações avançam.
Segundo o empresário, que possui residência em Vilhena e em Cerejeiras, a ação que quase lhe tirou a vida foi uma emboscada. Ele conta que foi até Vilhena buscar uma caminhonete com a ex-esposa, que o orientou a encontrá-la na casa da filha do casal, localizada no bairro Barão de Melgaço II. Ao chegar ao local, após ser recebido pela filha, uma discussão teria iniciado — e logo se transformado em uma cena de violência brutal.
De acordo com o depoimento exclusivo dado ao site Folha do Sul Online, a sogra de sua filha teria feito disparos contra ele, enquanto o genro e o padrasto do genro o esfaquearam. Mesmo após ter sido atingido por seis tiros — nas mãos, abdômen e testículo — e quatro facadas, uma delas profunda na nuca, o empresário conseguiu fugir. Já sangrando intensamente, alcançou o carro onde estava sua atual esposa, que o havia acompanhado, mas não havia entrado na residência.
Durante a fuga, ele buscou ajuda em uma casa próxima e relatou ter visto seus agressores passando pelo local, o que, segundo ele, indicaria uma tentativa de “finalizar o serviço”. No Hospital Regional de Vilhena, onde passou por cirurgia, os médicos confirmaram os graves ferimentos — incluindo perfurações no intestino e lesões profundas provocadas pelas facadas.
Disputa de versões
A história ganhou contornos ainda mais polêmicos quando o empresário revelou que foi preso dentro do hospital após os próprios agressores prestarem queixa contra ele. Segundo os acusadores, ele teria chegado armado e, ao deixar a arma cair, teria sido desarmado e atacado em “legítima defesa”. O empresário nega com veemência essa versão: “Eu nunca tive arma. Isso vai ficar provado com o exame na arma usada. Eles tentaram me matar, e agora querem me transformar em criminoso”, afirmou.
Ainda sem compreender o motivo da tentativa de homicídio, o empresário diz ter sido atraído propositalmente para uma armadilha: “Fui chamado para pegar a chave do carro e quase fui assassinado. Minha ex-mulher estava na casa, mas eu nem cheguei a vê-la. Não conheço nem a sogra da minha filha, que atirou em mim”.
Solto pela Justiça
Na noite do mesmo dia em que foi preso, o empresário conseguiu um alvará de soltura e contratou advogado para apresentar formalmente sua versão à Polícia Civil. O caso segue sob investigação, e a expectativa é de que a perícia na arma e os depoimentos revelem os reais responsáveis e os motivos por trás da violenta tentativa de homicídio.
Um caso com muitas perguntas
O episódio reacende o debate sobre conflitos familiares extremos e possíveis falhas nas investigações iniciais. Como alguém baleado e esfaqueado pôde ser preso como agressor? Qual o real envolvimento dos familiares na trama? Havia uma motivação premeditada?
A Polícia Civil de Rondônia ainda não se manifestou oficialmente sobre a nova versão apresentada pela vítima. O caso segue sob investigação e deve ganhar novos capítulos nos próximos dias.
