O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) anunciou nesta segunda-feira (28) a suspensão da portaria que restringia a circulação de carretas na Avenida Governador Jorge Teixeira, uma das principais vias de Porto Velho. A medida, que entraria em vigor a partir de 1º de maio, foi adiada para permitir um novo alinhamento entre os órgãos públicos envolvidos na mobilidade urbana da capital.
A restrição temporariamente suspensa previa a proibição da circulação de caminhões com peso bruto total igual ou superior a 23 toneladas durante os horários de pico — entre 6h30 e 8h30 e das 17h30 às 19h30 — como forma de reduzir o impacto no trânsito urbano e diminuir os riscos de acidentes.
Segundo o Dnit, a decisão de adiar a medida veio após uma nova rodada de diálogos com a Prefeitura de Porto Velho, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e demais entidades de segurança viária. O objetivo é revisar estratégias de execução, considerar alternativas para o escoamento de cargas e buscar soluções que minimizem o impacto sobre a cadeia logística local, especialmente no transporte de produtos oriundos do polo industrial e do agronegócio da região.
A Avenida Jorge Teixeira integra o trecho urbano da BR-319 e é uma via de intenso fluxo de veículos pesados, por onde passam diariamente caminhões vindos e indo para o Distrito Industrial e para o Porto Graneleiro do Rio Madeira. A proposta de restrição já vinha gerando debates entre caminhoneiros, empresários e representantes da indústria, que alegavam prejuízos operacionais e logísticos com a medida.
O Dnit reforçou que a suspensão é temporária e que uma nova data para a vigência da portaria, assim como possíveis ajustes nos critérios e horários de restrição, será divulgada em breve após reavaliação técnica e institucional.
Debate continua
Enquanto isso, entidades como a Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas (Setcero) acompanham as tratativas com preocupação. Ambas defendem a criação de rotas alternativas e investimentos em infraestrutura viária como soluções mais eficazes do que medidas restritivas pontuais.
A população, por outro lado, tem relatado os transtornos causados por carretas pesadas em horários de pico, principalmente em trechos próximos ao Hospital de Base, ao Aeroporto Internacional Jorge Teixeira e à zona comercial da cidade.
O impasse permanece enquanto autoridades buscam um meio-termo que concilie o direito à mobilidade urbana segura e o bom funcionamento da logística de transporte na capital rondoniense.