A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, nesta semana, 48 aparelhos celulares novos que estavam sendo transportados de forma irregular em um ônibus de viagem na BR-364, em Pimenta Bueno (RO). A ação ocorreu durante uma fiscalização de rotina, quando os agentes decidiram vistoriar um veículo que seguia vazio em direção a uma oficina para manutenção.
De acordo com a PRF, o ônibus não levava passageiros no momento da abordagem. O motorista explicou que o veículo havia apresentado falhas mecânicas em uma viagem anterior e por isso estava sendo levado para conserto. No entanto, as bagagens e encomendas permaneciam a bordo, com a justificativa de que seriam redespachadas após a manutenção.
Durante a inspeção, os policiais analisaram a documentação e as notas fiscais das encomendas transportadas. Uma das caixas despertou suspeitas por apresentar divergência entre o peso real e a descrição no documento, que mencionava apenas “objetos pessoais” no valor de R$ 500,00. Ao abrirem a embalagem, os agentes encontraram 48 celulares novos, lacrados, sem documentação fiscal compatível com o valor estimado dos produtos.
Além da ausência de nota fiscal, parte dos aparelhos também não possuía certificação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o que levanta a suspeita de que os eletrônicos tenham entrado ilegalmente no país — provavelmente fruto de contrabando.
Procedimentos e investigação
A carga foi apreendida e encaminhada à Receita Federal para as providências cabíveis. O motorista foi ouvido e liberado, mas poderá ser investigado por transporte de mercadoria irregular e possível envolvimento em esquema de descaminho.
A PRF reforça que o transporte de eletrônicos sem nota fiscal e sem certificação é crime e coloca em risco a segurança do consumidor final. O material apreendido pode ser avaliado em mais de R$ 60 mil no comércio nacional.
Aumento no contrabando de eletrônicos
Casos como este têm sido recorrentes em rodovias federais que cortam Rondônia, especialmente no eixo Porto Velho–Cuiabá, usado com frequência para o escoamento de mercadorias ilegais oriundas da Bolívia. Segundo dados recentes da Receita Federal, o contrabando de celulares cresceu mais de 30% no Brasil nos últimos dois anos, impulsionado pela alta carga tributária sobre produtos eletrônicos e pela busca por lucro fácil em mercados paralelos.