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quinta-feira, julho 10, 2025
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TCU apura suspeita de sobrepreço de R$ 50 milhões em compra de insulina importada sob gestão de Alexandre Padilha

O Ministério da Saúde, sob comando de Alexandre Padilha, está novamente no centro de uma polêmica de grande repercussão. Desta vez, a suspeita recai sobre um contrato milionário para aquisição de insulina humana, que, segundo denúncia formalizada no Tribunal de Contas da União (TCU), teria sido firmado em dólares, descumprindo o que determinava o próprio edital da licitação.

A denúncia aponta que a mudança na moeda de pagamento pode gerar um impacto de até R$ 50 milhões a mais aos cofres públicos, devido à variação cambial.


Contratos sob suspeita

O foco principal é o Contrato nº 383/2024, resultado do Pregão 90104/24, que tem como objeto a compra de insulina humana regular e NPH 100 U/ml para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS). A fornecedora é a GlobalX Technology Limited, sediada em Hong Kong, e representada no Brasil pela Globalx Tecnologia Brasil Ltda.

O valor total do contrato chega a R$ 285,38 milhões. O edital da licitação, no entanto, previa que os pagamentos fossem feitos em reais, o que não foi seguido.


Histórico de polêmicas com a mesma empresa

Esta não é a primeira vez que a GlobalX se envolve em polêmicas com o Ministério da Saúde. Em 2023, a empresa forneceu cerca de 1,3 milhão de canetas de insulina de ação rápida, também com denúncias de irregularidades.

Entidades médicas, como a Sociedade Brasileira de Diabetes, já haviam questionado o Ministério por adquirir produtos de uma empresa sem registro na Anvisa, o que levanta preocupações quanto à qualidade e segurança dos medicamentos distribuídos à população.

Além disso, o próprio TCU, em auditoria realizada no ano passado, apontou fragilidade no planejamento, na transparência e na comunicação do ministério com as entidades médicas e científicas envolvidas.


Empresa alvo de questionamentos

GlobalX Technology Limited, registrada em Hong Kong em 2020, atua como distribuidora de medicamentos. Sua filial brasileira, criada posteriormente, tem operado como ponte comercial para os contratos com o governo brasileiro.

A escolha da moeda estrangeira (dólar americano) para os pagamentos é um dos pontos mais graves destacados pela denúncia. A manobra pode ter resultado em vulnerabilidade cambial, prejudicando as contas públicas em um momento de forte variação do dólar.


Consequências possíveis

Ponto Detalhes
Sobrepreço estimado Até R$ 50 milhões a mais
Risco sanitário Medicamento sem registro na Anvisa
Transparência fragilizada Contrato descumpriu regras básicas de licitação
Risco jurídico Possíveis sanções administrativasação de improbidade administrativa e determinação de ressarcimento ao erário

Próximos passos do TCU

Tribunal de Contas da União deve decidir se abre auditoria aprofundada ou um processo formal de apuração. O caso já está sendo acompanhado também pelo Ministério Público de Contas (MPC) e pela Comissão de Ética Pública, que monitoram eventuais conflitos de interesse do ministro.

A expectativa é que nas próximas semanas o TCU apresente um relatório preliminar.


Contexto político: Padilha sob fogo cruzado

A denúncia surge em meio a uma série de críticas que o ministro Padilha vem enfrentando, incluindo questionamentos sobre suas relações com associações comerciais chinesas e o recente histórico de problemas na gestão da pasta da Saúde.

Com o avanço das investigações, a pressão política sobre o governo tende a aumentar, sobretudo com o tema “gastos públicos e transparência” ganhando força no cenário nacional.

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